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Já me disseram que tablets salvam vidas. Exagero, mas eles podem salvar um fim de semana chuvoso e frio em pleno litoral. É, amigos, a vida é meio trágica mesmo. Mas quem ama a literatura nunca está perdido: ainda é possível ler, escrever um pouquinho, como umas bobagens no blog, por exemplo, e ainda divagar olhando o vento frio e a chuva açoitando o mar.
Nessas horas, olhando pela janela o mar revolto e gelado em que só alguns surfistas se arriscam logo cedo, penso nas referências literárias: Hemingway e seu “O velho e o mar”, Melville e Ahab perseguindo Moby Dick por toda a eternidade, o marinheiro que enfrenta o monstruoso polvo no magistral “Os trabalhadores do mar” de Victor Hugo.
Mas a primeira ideia que me ocorreu ao ver a paisagem que descrevi foi de um Heatchcliff olhando uma charneca escocesa comparando a sua fúria à da intempérie, um mar de sentimentos muito maior que o oceano que vejo à minha frente.
E lembro que a literatura salva até a mais árida e fria vida.